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Stoa 37 / Gosto não é uma questão de opinião
Ou você tem bom gosto ou você não tem.
Eu nunca consegui expressar direito o que eu penso a respeito desse tema até que eu trombei com um texto do Doc sobre o assunto. Algumas frases me chamaram a atenção e decidi falar um pouco sobre elas na edição de hoje.
“Pessoas pensam que gosto é subjetivo até que elas começam a projetar coisas.”
Eu duvido que existam pessoas que acordam e decidem conscientemente que hoje projetarão coisas sem qualidade. Um dos nossos papéis como designer é sempre tentar encontrar soluções de qualidade. Mas nem todos sabem o que qualidade significa ou o que a compõe.
Para sermos capazes de identificar qualidade é necessário ter um olhar crítico sobre diversos aspectos: “materiais que servem ao propósito, ergonomia que considera as necessidades da audiência, uso efetivo de affordances, usabilidade, acessibilidade, escolhas harmônicas de cores, escolhas estéticas que incitam emoções, hierarquia visual e muitos outros”.
Quando passamos a enxergar as coisas com um olhar voltado para a qualidade, fica mais fácil entender o conceito de gosto porque a junção de todos esses elementos influenciam nossa percepção.
"Gosto está em quem observa. Qualidade está no objeto”
Que tipo de conteúdo você consome? Que tipo de referências te inspiram? Quais designers você admira que tem um trabalho realmente importante? Qual seu nível de entendimento sobre os fundamentos e princípios utilizados em determinado projeto?
As respostas para essas perguntas moldam o gosto que temos e consequentemente a percepção de qualidade. Se você não tem boas referências, como espera ser capaz de produzir coisas de boa qualidade? Contar com a sorte não parece um caminho eficaz.
Se você está começando na área agora é natural não ter boas referências, mas se você está há anos trabalhando com design e sente que seu trabalho não evolui em qualidade significa que está na hora de ter um olhar mais crítico sobre o que você produz.
“Gosto não é uma questão de preferências pessoais”
Tem duas coisas que eu pessoalmente não acho bonitas: arquitetura brutalista e as obras do David Carson (pode me julgar). Isso não quer dizer que meu gosto é melhor ou pior do que as pessoas que acham essas obras bonitas.
Gosto, como vimos, está atrelado a qualidade e embora a estética não me agrade, eu entendo que ambos exemplos possuem diferentes qualidades.
Como melhorar seu gosto
Consumir boas referências todo-santo-dia.
A primeira coisa que faço depois do meu café diário é ver o que há de bom no mercado. E ao longo do dia fico me atualizando aqui e ali sobre bons produtos, serviços e bons designs em geral. E se sobrar algum tempo tento explorar conceitos diferentes para praticar meu craft.
Essa longa exposição vai desenvolver em você uma habilidade importante: a curadoria. Vai ficar fácil identificar o que é de qualidade do que não é.
Quantos cafés essa edição merece?
Se você gostou muito dessa edição e quiser me fazer feliz é só patrocinar um cafézinho pra mim aqui na Alemanha. Toda edição patrocinada eu faço questão de trazer uma foto e o nome dos bem feitores. ♥️
Quero patrocinar:
1 café ☕️
O que descobri ou aconteceu por aqui:
Eu fui convidado para participar da seção “Worthy Five” da edição 293 da newsletter Dense Discovery, que conta com mais de 36.000 assinantes.
UI Colors é um site que permite criar paletas de cores com foco em UI seguindo padrões de contraste da WCAG e APCA. Na recente atualização ele permite que você combine 2 cores da sua paleta para ver como elas interagem.
Essa entrevista com o violinista Robson Miguel no podcast Amplifica é uma das que eu mais gostei. Além de deter um conhecimento fantástico sobre música e cultura, o Robson tem um carisma contagiante.
Esse vídeo curto aborda a história do estilo Swiss Design, que ficou amplamente conhecido pelo uso de grids e tipografia.
TASTE - On subjectivity, gatekeeping, and the risk of leaving words undefined.
Seria massa tu compartilhar aonde você fuça as suas referências :)